Lançamento: Gypsy Tears de Thiago Valle

Lançamento do álbum Gypsy Tears e história em quadrinhos Claro Como a Noite de Thiago Valle

Thiago Valle é arquiteto urbanista por formação, artista plástico e músico. “Sempre dividi minha vida entre artes plásticas e música, não tenho como evitar e nem quero” conta o músico, que começou a tocar violão em 2002 e um ano depois passou para a guitarra. 

O músico tem como influências o rock, hard rock e rock clássico, bandas como Guns N’ Roses, Cinderella, Tesla, The Who, Rolling Stones e Led Zeppelin. E os seus guitarristas favoritos e que, consequentemente influencia no seu som são Slash, Pete Townshend e Jimmy Page.

Thiago se prepara para lançar o seu primeiro álbum, intitulado ‘Gypsy Tears’ e aqui você fica sabendo um pouco mais dos lançamentos e trabalhos do músico.

Gypsy Tears

O primeiro álbum do músico Thiago Valle intitulado ‘Gypsy Tears’, é um disco inteiramente instrumental. Conta ele que “o álbum já está todo gravado, mixado e masterizado. Tá prontinho! São, ao todo, 15 faixas, sendo que duas delas estão somente no CD físico (faixas bônus)”. 

O músico completa dizendo que sempre compôs músicas para serem cantadas, com letra e tudo, “entre uma composição e outra, acabei criando músicas inteiramente instrumentais. Resolvi então gravar uma, a faixa ‘Slide it On’, depois resolvi gravar outra (‘Hermes’) e então outra (‘City Sax Six Sex’). Pronto! Decidi continuar gravando e fazer um disco completo, com alguns conceitos ligando as faixas entre si.

As gravações do ‘Gypsy Tears’ ocorreram entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021. Thiago salienta que “demorou esse tempo todo pois tive que interromper várias vezes as gravações para viajar para o camping onde trabalho. Mas por fim, deu certo.”

Ainda sobre as composições, Thiago diz que a música mais antiga que tem no disco é ‘Red Hot’, “parte dela compus em 2012 e outra parte em 2020, aliás, muitas das músicas do disco são assim: composições antigas que foram reformuladas pouco antes de começar as sessões de gravação. São músicas que já carrego comigo há um bom tempo”, reforça.

O álbum foi gravado no Home Studio Stanza do produtor Arthur Luíz, em Belo Horizonte, capital mineira. “Nós já havíamos gravado juntos em 2016 e 2017, foram 3 singles que ainda não foram distribuídos, além de uma versão orquestrada do que viria a ser a faixa ‘Claro Como a Noite’ que está no ‘Gypsy Tears’”.

Sobre o processo de gravação, Thiago diz que muitas das músicas já estavam prontas, totalmente arranjadas quando foi gravá-las, mas que outras foram sendo remodeladas em estúdio, partes sendo cortadas e diminuídas. Ele conta que “de uma forma geral, a grande maioria dos arranjos foram feitos por mim antes das gravações, mas alguns arranjos foram sugeridos pelo Arthur durante as sessões. Resolvemos a timbragem dos instrumentos juntos, dedicamos muito tempo nisso até chegarmos ao som certo” e confessa que adorou a timbragem que conseguiram tirar.

Thiago Valle não tem banda de apoio, para as gravações do álbum ele gravou as guitarras, violão e baixo em alguns trechos. Arthur, além de produzir o álbum, gravou baixo e bateria e, também, órgão em ‘Hermes’ e ‘Toltech’. Uma curiosidade é que “boa parte dos arranjos de teclado e órgão eram originalmente feitos por mim na guitarra, resolvemos mudar isso e deu certo”, conta o músico.

Claro como a noite

Claro Como a Noite é o nome do primeiro single lançado e você já pode ouvir nas principais plataformas de streaming. Segundo Thiago, essa é a décima música gravada e uma das que ele mais gosta e completa “essa música para mim é uma mistura de delicadeza, inquietude e finalmente, alívio ou deserção. Tem uma energia forte, um crescente que verdadeiramente mexe comigo. Tem também um tom triste e melancólico, como se já anunciasse uma derrota que está por vir”.

A música é toda instrumental com guitarra bem presente e marcante, por vezes passa a sensação de que a guitarra ‘fala’, característica de músicas instrumentais quando possuem algum instrumento que se sobressai e possui arranjos bem elaborados. Sobre isso, o músico diz que “o legal da música instrumental é isso, ela passa o sentimento por ele só, sem as conotações interpretativas que são pertinentes à fala, no caso, a letra”.

Ainda sobre isso, Thiago completa: “O caso da guitarra ‘cantar’ é meio que um resultado das melodias geradas. No caso dessa música, são várias melodias sobrepostas que vão aparecendo e se somando. No momento mais cheio da música, tem ao todo seis guitarras, uma fazendo a base, outra fazendo a melodia solo principal, outra fazendo a ‘resposta’ da melodia solo e outras três fazendo arpejos (cada uma em uma região diferente)”.

Sobre algumas faixas do álbum

Falando um pouco mais sobre o processo de composição e as músicas que compõem o álbum, Thiago diz que “muitas vezes a música começa a partir de um riff de guitarra e, seguindo o clima que esse riff gera, vou construindo o resto da música.” 

Tem algumas variações ao longo de uma mesma música, por exemplo, “a música ‘Papillon’, que abre o disco, começa com um riff forte e energético de guitarra, que perdura por todo o primeiro tema. Depois a música desaba, vira um blues com country, com distorção no ‘talo’ e depois vira um desert rock pesado, com distorção mais ardida ainda”, acrescenta o músico.

Para Thiago, toda história contada na música ‘Papillon’, através desses climas e momentos, passa pra mim uma ideia de fuga, alguém que está sendo perseguido e que desaba, que é encurralado e capturado, que consegue fugir novamente, segue fugindo e lutando. Daí vem o nome ‘Papillon’, tal qual o personagem do livro e filme de mesmo nome”.

A faixa ‘City Sax’, segundo Thiago, passa uma ideia de cidade corrompida, um ambiente urbano imundo e corrupto, mas fala que só teve essa ideia depois que criou os primeiros riffs. “A partir daí, fui seguindo a ideia de fazer uma música mostrando a história de uma cidade corrompida” conta o músico.

Já a música ‘Brisa’, a ideia é de amor e paz. Diz Thiago: “fiz a partir do dedilhado que criei para fazer a base e, daí, fui criando os arranjos e as variações. É uma música no violão que eu adoro tocar”. 

São muitas as histórias que envolvem as músicas, que não surgem de forma arbitrária, “o ‘negócio’ vai acontecendo conforme eu me sinto no momento e, quando percebo que tem algo ali, dou continuidade e tento construir uma história com isso”, salienta Thiago.

E nessa de deixar as coisas acontecendo conforme o momento, as coisas se tornam mais interessantes, Thiago comenta da música ‘Cachoeiras da Serra’ na qual ele usou uma viola caipira. “Fizemos uma verdadeira p*taria no final dessa música, com guitarra, viola caipira, bongôs, berrante, palmas… me lembra um pouco a parte final de ‘Baba o’Riley’ do The Who, pelo eterno crescente” conta Thiago. Essa música é sobre a casa dele, ‘Cachoeiras Pé da Serra’, localizada na região de Capitólio.

Quadrinhos

E os lançamentos não param na música! Junto ao álbum, Thiago Valle irá lançar algumas histórias em quadrinhos. O primeiro quadrinho lançado, intitulado ‘Claro como a noite’, que foi a primeira faixa do álbum lançado.

Segundo Thiago, “a ideia é fazer pelo menos mais quatro histórias em quadrinhos, cada uma baseada em uma música diferente do disco. Isso fecharia o conceito gráfico da coisa”.

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Foto: arquivo Thiago Valle

“Eu sempre ‘trampei’ com artes plásticas e música, então acho que começar a mesclar tudo foi algo natural”, diz Thiago sobre a ideia de fazer os quadrinhos referentes às músicas do álbum.

Thiago diz que foi contemplado em um dos editais da Lei Aldir Blanc, o que possibilitou arcar com os custos de impressão de todo material gráfico. O primeiro quadrinho foi todo escrito, desenhado e pintado pelo artista e músico que conta: “foi um ‘trampo’ demorado, me dediquei por alguns bons anos nisso”.

Artes plásticas

Talentoso e multi artista, arquiteto urbanista por formação, Thiago conta que há influência da arquitetura em seu trabalho como artista plástico, sendo isso evidente. Alguns quadrinhos, por exemplo, são cheios de cenários e, muitos deles, são os protagonistas da cena.

Além disso, Thiago há 4 anos faz customização em instrumentos musicais. “É um processo muito trabalhoso e demorado, mas eu adoro. A última guitarra que pintei fiz baseado em uma lenda do Atacama, no Chile. Batizei essa de ‘Quimal’ em homenagem a uma das personagens dessa lenda. 

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Foto: arquivo Thiago Valle. Guitarra ‘Quimal’.

A guitarra que Thiago usou nas gravações do ‘Gypsy Tears’ é uma Tagima 735, que ele também pintou de vermelho sangue e, segundo ele, é a guitarra que mais gosta de usar. Deu o nome pra guitarra de ‘Flegethon’, que é o nome de um rio de sangue que passa pelo inferno no livro ‘A Divina Comédia’. “Todas (as guitarras dele) tem nome e história”, conta o artista.

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Foto: arquivo Thiago Valle. Guitarra ‘Flegethon’.

Catarse

Para que todos esses lançamentos possam acontecer, Thiago aderiu as famosas ‘vaquinhas online’ e criou campanha no ‘Catarse’, site de financiamento coletivo muito conhecido e utilizado.

“A campanha inclui tudo!” comenta Thiago. E com tudo ele quer dizer as várias recompensas disponíveis: o quadrinho ‘Claro Como a Noite’ de 72 páginas; o livreto sketchbook, com rascunhos, anotações e experimentações ao longo do processo de criação do quadrinho, além de páginas excluídas; o pôster Claro Como a Noite/Gypsy Tears; CD físico com encarte “bonitão”; marcador de páginas; revista em quadrinhos ‘Memórias de um Soldado Cego’.

Thiago comenta que tudo vai ser autografado e feito com muito carinho e suor. “Pode saber que, para bem ou mal, parte de mim está nesse trabalho, nessas músicas e nesses rabiscos”, comenta o músico.

Corre que ainda dá tempo de apoiar o projeto e de quebra, receber diversas recompensas legais. Pela página da campanha é possível ver todas as explicações quanto ao projeto, além de uns vídeos com trechos das músicas e dos quadrinhos, vale a pena dar uma conferida!

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